Nataska Pedipaga

Na Tasca Pede e Paga. Quem quer triunfar há que ser primeiro dono de si mesmo, mas respeitar os outros. Tudo tem o seu custo. Este é o meu blog, espelho dos meus pensamentos e retrato das minhas viagens.

domingo, julho 03, 2005

Sentidos

Há uma hora do dia que o Sol entra pela minha janela, não directamente mas sim através do reflexo de uma janela de um prédio a uns bons 300 metros daqui. É logo pela manhã, por volta das 8 horas.
Este reflexo apenas ocorre durante alguns dias por ano, quando o eixo da Terra acompanhado com a posição do planeta no seu movimento de translação permitem o alinhamento perfeito do Sol com o tal vidro.
É como que um presságio do que está para vir. Sei que se o Sol entra no meu quarto àquela hora, algumas horas mais tarde terei o prazer de ver a sua luz bater directamente no chão.
Tudo na vida é impulsionado por algo. As nossas acções são como que o culminar de algo que poderá ter começado há anos atrás, seja bom ou mau.
Poderão haver milagres ao longo da nossa caminhada, que não nos apercebemos na devida altura, mas que mais cedo ou mais tarde lhes daremos valor. São sinais que pocos sabem interpretar e dar valor.
Esta manhã estava a ver o Green Mile na televisão. Na precisa altura que se falavam de milagres o dito efeito da luz do Sol entrou pela janela com tal força que tive de fechar as cortinas. Acaso ou não, não sei. O filme deixa-nos a mensagem do ódio que o mundo tem por si mesmo, ora seja por estar na natureza humana destruirmo-nos a nós próprios em conflictos, ou por vontade das nações mesmo após o arrependimento.
É sina e castigo dos que ficam viverem com um mundo cada vez mais estranho, para que possam de alguma forma alterar o estado de pensamento de milhões de pessoas. Não serei eu de certeza a fazer tal coisa, nem creio que alguém o faça, pois não se consegue contentar tudo e todos. As tentativas de fazer a diferença de quem tem poder não são muitas vezes apreciadas pelas restantes partes. Cada um, cada raça, cada nação, cada religião fazem do seu modo de estar a lei que deveria reger os restantes. Falta a tolerância e a compreensão. Excepções existem, o que pode ser um bom começo.
Como disseram, este blog serviria para dar largas à minha escrita. Tenho vários temas "pendurados" para aqui verem a luz do dia, mas hoje foi diferente - talvez pelo ambiente de um filme, que já vi várias vezes, talvez pela súbita iluminação, senti que deveria escrever isto. Cada um entenda como o quiser, mas por certo que a escrita não pode dizer o que deveria ser dito. Simplesmente não devem haver palavras em todos os dicionários possíveis.
Usem a inspiração para fazer a diferença, sem medo de mudar.
Que cada um tenha o seu Sol.

11 Comments:

At 20:22, Blogger Ju said...

Que bonito!
O tema acho que já foi abordado noutro blog, mas com uma roupagem diferente. Mas meus amigozzzzz não existem coincidências. Tá tudo ligado com tudo! O que é mta giro! :D
Quando à nossa natureza, o que dizes é bem verdade... infelizmente! Mas nesse aspecto estou tranquila. A Natureza no fim há-se ganhar. Ganha sempre!!! O problema é que até lá muita gente vai sofrer e isso podia ser evitado.
Há uns anos atrás discutia com alguém que o Homem não é o animal mais bem sucedido na Terra. É claro que isto dito assim parece uma grande baboseira. No entanto disse-o no contexto em que as capacidades que ele tem podiam ser usadas para fazer muito mais e melhor, e aí sim seria o animal mais bem sucedido na Terra, porque fazia uso total das suas competências. Talvez isto seja uma opinião rebuscada, mas é assim que interpreto a actualidade e até a história humana. Não que seja grande conhecedora, mas do pouco que sei, a maioria atesta a ideia expressa no post que comento.
Subscrevo as duas últimas frases.

 
At 23:51, Blogger Golias said...

Oh Pedro...Eu já li algo parecido com isso num determinado Blog.
Parece que estamos em sintonia nestes aspectos.
Essa frase: "Parece que tudo na vida é impulsionado por algo." cai que nem ginjas na minha teoria da força. Embora eu não goste das coisas más.
Esses milagres que falas, de certa forma sentes que eles estão lá, mas o cepticismo não te deixa acreditar neles. É preciso haver mais desprendimento dos pés à terra.
A terra e o mundo não só aquilo que vemos, ouvimos, cheiramos, saboreamos ou sentimos, é também tudo aquilo que "sentimos". O mundo não é só feito da matéria, e as outras coisas esse algo que tu falas, anda por aí. E os mais atentos conseguem senti-lo, numa ou noutra altura da vida.
O mundo não tem ódio por ele próprio na minha opinião. Se desceres ao nível individual, todo o indivíduo se preocupa com algo, nem que seja muito pequeno. E existem muitos que se preocupam com determinadas coisas e querem marcar diferença, mas sentem-se retraídos pelo peso da engrenagem toda que está montada à volta deles. E existem aqueles que tentam parar a engrenagem, mas acabam engolidos ou esmagados por ela. Não é um nem dois ou três que vão fazer parar a engrenagem, esse ódio, essa auto-destruição. Aos poucos e poucos, vai aparecendo alguem que se preocupa. Tanto as coisas boas, como as coisas más, quando começadas na hora certa, e se percorrerem os caminhos certos, podem ter o efeito de bola de neve.
Esse raio de luz que viste no chão, não tenho dúvidas nenhumas que foi esse algo que tu chamas algo e que eu chamo força. E se soubermos dar ouvidos ao algo, ou olhos ou o que quer que seja lá isso, temos o poder de começar a bola de neve!
Não acredito que esteja na natureza humana individual a vontade de se destruir. Eu sou humano, e não me quero destruir, não sei dos outros mas falo por mim. Mas quando se observam massas, aí talvez se verifica que o individual diverge do colectivo.
A tolerância e compreensão existe se estivermos bem connosco próprios. Se tratarmos das nossas feridas primeiro, por muito sal que te atirem, não te vai arder.

 
At 13:48, Blogger NoKas said...

Ok! Ainda não li nada disto, mas com tantas opiniões tão longas fikei curiosa pa ver o k estava no texto! volto já!

 
At 14:08, Blogger NoKas said...

Agora a minha vez. :) (Oh Dutra, eu já sabia há mto tempo que eras um "artista", mas d qq modo gostava de te dar os parabéns plo blog que gosto mto d ver e ler). Agora um pequeno reparo, acerca dum post externo. Tal como disse no outro (estou a dizer isto de cor, n fui la confirmar o k tinha escrito, mas julgo ter sido qq coisa nesta onda) e que agora vou desenvolver mais um pouco: a acção de cada um é válida e consciente e tem repercurções na vida dos outros. Que a "força" não sirva de desculpa para os nossos actos e para os acontecimentos do dia-a-dia. A "força" se existir não interfere na vida de cada um num sentido prático e/ou material. É a minha opinião. Somos homens, livres, com responsabilidade plena pelos nossos actos. A culpa é sempre de cada um de nós porque no fim podemos escolher sempre por um ou outro caminho. Podemos escolher ser simpáticos e dizer bom dia (algo que faço sempre questão de dizer, mesmo ao mais chato e complicado dos vizinhos, e não é ser cínica, é mostrar que as diferenças e as avenças não se resolvem com mais conflitos.... Podemos reciclar ou ficar de braços cruzados. Podemos protestar contra o G8 ou ficar calados e nem sequer ler o jornal para saber algo mais. Talvez porque esteja a "crescer" estes assuntos têm-me vindo a preocupar bastante ultimamente. Porque vejo com tristeza o meu país, onde todos se esquecem do que é realmente importante. Até eu. Sim: mea culpa também! E lá vão indo os portugueses, num país caótico, mas onde a culpa é: "da crise", "dos políticos", "dos imigrantes clandestinos", "do bush", "da união europeia e dos países de leste que nos roubam as empresas de cá", "da china, que até já anda à caça dos diamantes de angola e já exporta tanto petróleo de lá como os EUA", etc etc etc! A culpa não é de cada um de nós. Faz-me impressão a passividade. Faz-me impressão a inconsciência que cada acção nossa pode valer ouro, pode fazer a diferença, uma diferença muitas vezes muda, muitas vezes invisível, até muitas vezes desconhecida de quem a provocou! Que cada um de nós não tenha medo de mudar, de ser diferente, de levar muitos baldes de água fria, de remar contra a maré, de assumir culpas (mas assumir a sério, através duma profunda mudança de atitudes). "Como uma força que ninguém pode parar.... tãogranditãoforti"! :p tenho dito! bjokas a tds!

 
At 23:25, Blogger NoKas said...

Hoje, quando ia começar uma aula duma coisa que pode fazer a diferença num qualquer instante decisivo também um raio de sol invadiu a sala, vindo do reflexo de uma janela dum prédio em frente! :) E agora saberei que ao cair da tarde, todos os dias, à mesma hora, no sítio do costume, aquele raio me derá as boas vindas aquela aulinha!


Que bom! Faz borboletas no estômago!

 
At 23:42, Blogger Ju said...

Ai meud Deus do céu! anda tudo ganzado aqui ou k?! Borboletas no estômago... Deves ter andado a comer umas larvas! LOL
Essa expressão nem sequer é nossa, é iglesa/americana.

 
At 23:50, Blogger Golias said...

Tá tudo perdido... :( snif...

 
At 01:06, Blogger NoKas said...

Eu gosto mto qdo eles dizem k se fica borboletas no estomago (ou melhor, gosto mais de belly, q é uma palavra que soa mto kiduxaaa), pk é realmente isso k eu sinto! borboletas a esvoaçar! la dentro!

 
At 16:03, Blogger NoKas said...

E são! :p Mas eu acho que não há coincidências, há antes consequências! :p Quem estuda probabilidades sabe isso. Na realidade um acontecimento nunca acontece totalmente ao acaso, depende sempre de algo que aconteceu antes. Ou seja, é teoricamente impossível haver acontecimentos independentes. :) Mas sim, esquecendo tudo isso, são meras e simples coincidências.

 
At 22:15, Blogger NoKas said...

:p Sim!!!! Além disso esse facto casual acontece todos os dias à mesma hora (embora com um certo desfazamento temporal de dia pa dia)... :) O facto de eu ter aula ali é pk a sala está livre, sei lá! Mas a verdade é q me sentem e levei com o sol mm na cara, e portanto lembrei-me deste post! :p

 
At 10:47, Blogger Ju said...

Portanto foste intimada para uma luta entre um espírito qualquer... Antigamente quando alguém atentava à honra de outra pessoa, esta dáva início a uma disputa para salvar essa mesma honra. E fazia o aviso com uma bofetada de luva branca na cara do adversário. Como o espírito não usa luvas (coitado, nem carne e osso ele tem... completamente despojado de atributos físicos, no verdadeiro sentido da palavra), levaste com um raio de sol.
Fica atenta pois o dia e a hora estão marcados... talvez nos teus sonhos ele ainda vai aparecer...
Muhahahahahaha (como diz o Filipe...)

 

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